VIVA O SER FEMININO!

“Nós não avançamos para uma sociedade de igualdade entre homens e mulheres; nem mais para uma sociedade andrógena; nós já entramos numa cultura (e, portanto, numa vida social) orientada pelas mulheres; nós já entramos numa sociedade de mulheres. Objeções e sarcasmos à parte, os homens têm o poder e o dinheiro, mas as mulheres já têm o sentido das situações vividas e a capacidade de formulá-los.”
(André Langer sobre a obra “Um novo paradigma. Para compreender o mundo contemporâneo”, de Alain Touraine)

Conheci o pensamento de Alain Touraine acerca da “dominação feminina” em 2007. Confesso que me apaixonei, tarefa fácil para a maioria das mulheres! A partir de então comecei a enxergar a sociedade de forma diferente; as próprias denominações de gênero e sexualidade de maneira diversa. Neste dia tão especial venho aqui gerar a reflexão por meio desse trecho porque queimar sutiãs não me parece original e destruir aventais também não faz mais sentido na racionalidade hodierna.
Venho sim dizer que é preciso pensar numa sexualidade que seja independente das funções de reprodução e de maternidade que as mulheres possuem. Faz-se necessário que cada um resgate o espírito feminino que tem dentro de si. Não, não pretendo disseminar idéias que fujam dos padrões heterossexuais, apesar de respeitar essa hipótese. Acredito que em todos os seguimentos sociais, principalmente na política, é fundamental que o ator possua sensibilidade e intuição, características próprias do ser feminino.
Compartilho com vocês uma célebre frase do Professor Manoel Eduardo Camargo e Gomes: “A mulher possui a capacidade de ouvir o inaudível e de ter a visibilidade do invisível”. E não é disso mesmo que o meio político e a sociedade em geral precisam?
Desejo que neste Dia Internacional da Mulher, assim como Alain Touraine idealiza, mais pessoas passem a ouvir o inaudível e ver o invisível. Essa é a verdadeira dominação feminina!